Síndrome de Wallenberg: causas e sintomas

Síndrome de Wallenberg: causas e sintomas

A Síndrome de Wallenberg é uma condição neurológica rara, mas potencialmente grave, que pode causar uma variedade de sintomas e impactar significativamente a qualidade de vida. Neste artigo, exploraremos as causas e sintomas dessa síndrome, proporcionando uma compreensão mais ampla dessa condição.

O que é a Síndrome de Wallenberg?

A Síndrome de Wallenberg, também conhecida como síndrome de lateralização bulbar ou síndrome de Wallenberg lateral, é uma condição neurológica causada por um acidente vascular cerebral (AVC) na artéria vertebral. Essa artéria é responsável por fornecer sangue à parte posterior do cérebro. Quando essa artéria é obstruída ou danificada, ocorrem lesões nessa região do cérebro, levando aos sintomas característicos da síndrome.

Síndrome de Wallenberg: Causas, Sintomas e Tratamento

Causas da Síndrome de Wallenberg

As principais causas da Síndrome de Wallenberg estão relacionadas a um AVC na artéria vertebral. O AVC pode ser causado por diferentes fatores, tais como a formação de coágulos sanguíneos, a presença de placas de gordura nas artérias ou até mesmo anormalidades estruturais das artérias. Esses fatores podem levar à obstrução ou ruptura da artéria vertebral, resultando em danos cerebrais e o surgimento da síndrome.

Sintomas da Síndrome de Wallenberg

Os sintomas da Síndrome de Wallenberg podem variar dependendo da extensão e localização do dano cerebral. Alguns sintomas comuns incluem tontura, dificuldade para engolir, alterações na voz, problemas de equilíbrio, fraqueza facial, dormência em um lado do rosto e dificuldade em sentir dor e temperatura. É importante ressaltar que os sintomas podem diferir de pessoa para pessoa.

Devido à disposição muito compacta dos núcleos e tratos dentro da medula lateral, a Síndrome de Wallenberg resultante de um acidente vascular cerebral na artéria vertebral (VA) ou na artéria cerebelar posterior inferior (PICA) frequentemente leva a anormalidades em muitos sistemas.

  • Sensação de tontura
  • Náuseas e vômitos
  • Dificuldades de equilíbrio e locomoção
  • Dificuldade em manter a postura sentada
  • Visão embaçada
  • Movimentos oculares involuntários horizontais ou rotacionais (nistagmo)
  • Distúrbios sensoriais em um lado do corpo
  • Redução da sensibilidade à dor e à temperatura no lado facial do mesmo lado do derrame
  • Redução da sensibilidade à dor e à temperatura no lado oposto do corpo
  • Rouquidão
  • Reflexo de vômito prejudicado
  • Dificuldades de coordenação nos membros e na marcha (ataxia)
  • Dificuldades na produção de som (disfonia)
  • Dificuldades na deglutição (disfagia)
  • Visão dupla (diplopia)
  • Soluços
  • Sintomas da síndrome de Horner, como pupila contraída e pálpebra caída
  • Bradicardia (ritmo cardíaco lento)

Diagnóstico da Síndrome de Wallenberg

O diagnóstico da Síndrome de Wallenberg é realizado por um médico especialista em neurologia, que analisará os sintomas apresentados pelo paciente e realizará exames clínicos e de imagem para confirmar o diagnóstico. Esses exames podem incluir ressonância magnética, tomografia computadorizada e ultrassonografia doppler das artérias vertebrais.

Tratamento da Síndrome de Wallenberg

Em casos agudos devido a, por exemplo, um AVC.

É necessário uma conduta rápida com o intuito de minimizar as sequelas:

  • Trombólise intravenosa (IV) com ativador de plasminogênio tecidual (TPA) IV dentro de 3 a 4,5 horas do início do acidente vascular cerebral isquêmico, com critérios de exclusão ligeiramente diferentes: no geral, a trombólise IV, dentro deste período, melhora os resultados funcionais do AVC em 30%. Estudos têm mostrado que a janela para AVCs de circulação posterior pode ser mais longa do que 4,5 horas.[28]

  • Revascularização endovascular: os dispositivos mais recentes mostraram melhorar os resultados, com o número necessário para tratar tão baixo quanto 3. Estes são indicados principalmente para oclusão intracraniana de grandes vasos, que têm um prognóstico ruim sem revascularização.

  • Terapia médica geral: os pacientes são melhor monitorados na unidade de terapia intensiva (UTI) por 24 horas após a trombólise IV. Caso contrário, o manejo dos pacientes em unidades de AVC dedicadas deve ser uma alternativa.
    Fluidos intravenosos: evitar soluções hipotônicas para reduzir os riscos de edema cerebral. Solução salina normal é geralmente preferida.

  • Controle da pressão arterial (PA): a autorregulação cerebral é comprometida nas áreas infartadas do cérebro. A pressão arterial muitas vezes diminui gradualmente sem nenhum tratamento medicamentoso. A PA geralmente não precisa ser reduzida a menos que o paciente receba trombólise IV ou quando estiver acima de 220/120 mmHg

Nesse sentido, percebe-se que tratamento da Síndrome de Wallenberg é focado no alívio dos sintomas e na prevenção de complicações. Não há uma cura específica para a síndrome, mas uma abordagem multidisciplinar é geralmente adotada para auxiliar na recuperação do paciente. Isso pode envolver o uso de medicamentos para controlar os sintomas, fisioterapia para fortalecer os músculos afetados e terapia fonoaudiológica para melhorar a deglutição e a fala.

Recuperação e reabilitação da Síndrome de Wallenberg

A recuperação da Síndrome de Wallenberg varia de pessoa para pessoa e depende da extensão dos danos cerebrais. Alguns pacientes podem apresentar uma recuperação completa, enquanto outros podem enfrentar limitações permanentes. A reabilitação desempenha um papel fundamental na maximização da recuperação e na melhoria da qualidade de vida. Isso pode incluir terapia ocupacional, terapia de movimento e aconselhamento psicológico para ajudar o paciente a lidar com as mudanças emocionais e físicas decorrentes da síndrome.

Complicações da Síndrome de Wallenberg

A Síndrome de Wallenberg pode levar a uma série de complicações, como dificuldade em comer e beber, pneumonia aspirativa devido à dificuldade de deglutição, alterações na fala e problemas de equilíbrio. É importante que os pacientes recebam cuidados médicos adequados para minimizar o risco de complicações e melhorar a qualidade de vida.

Prevenção da Síndrome de Wallenberg

A prevenção da Síndrome de Wallenberg está relacionada à prevenção de acidentes vasculares cerebrais. É fundamental adotar um estilo de vida saudável, incluindo uma dieta equilibrada, prática regular de exercícios físicos, controle da pressão arterial, não fumar e evitar o consumo excessivo de álcool. Além disso, é importante realizar exames médicos regulares para monitorar a saúde cardiovascular e tratar quaisquer fatores de risco identificados.

Casos famosos da Síndrome de Wallenberg

Embora seja uma condição rara, a Síndrome de Wallenberg já foi diagnosticada em algumas personalidades famosas. Um exemplo é o caso do ex-jogador de futebol Ronaldo Nazário, que foi diagnosticado com a síndrome após sofrer um AVC em 2011. Esse caso chamou a atenção para a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado da síndrome.

Conclusão

A Síndrome de Wallenberg é uma condição neurológica que pode ter um impacto significativo na vida de quem a possui. É essencial buscar atendimento médico adequado ao apresentar quaisquer sintomas relacionados a essa síndrome. Com um diagnóstico precoce e um tratamento adequado, é possível gerenciar os sintomas, minimizar as complicações e melhorar a qualidade de vida dos pacientes afetados pela Síndrome de Wallenberg.

Fontes:
Lui F, Tadi P, Anilkumar AC. Wallenberg Syndrome. [Updated 2023 Jun 25]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2024 Jan-. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK470174/

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