Intoxicação por Cobre e Doença de Wilson : Sintomas e Tratamento

Introdução

O cobre é um elemento essencial para o funcionamento adequado do organismo humano. Ele desempenha um papel crucial em várias funções, incluindo a formação de células vermelhas do sangue, a manutenção do sistema nervoso e a saúde dos ossos. No entanto, quando há um desequilíbrio na quantidade de cobre no corpo, podem surgir problemas de saúde, como a intoxicação por cobre.

O que é Intoxicação por Cobre?

A intoxicação por cobre ocorre quando há um acúmulo excessivo desse metal no organismo. Isso pode ocorrer por diversas razões, como exposição prolongada a níveis elevados de cobre ou problemas genéticos que interferem na absorção e eliminação adequada desse mineral. A intoxicação por cobre pode afetar pessoas de todas as idades e pode ter consequências graves para a saúde se não for tratada adequadamente.

O papel anti-inflamatório do cobre é bem conhecido, embora ainda não totalmente compreendido. Por outro lado, em casos de intoxicação por cobre, sua capacidade de induzir a formação de radicais livres pode ser prejudicial.

Sintomas da Intoxicação por Cobre

Os sintomas da intoxicação por cobre podem variar de pessoa para pessoa e dependem da gravidade do acúmulo de cobre no organismo. Alguns dos sintomas mais comuns incluem fadiga, fraqueza, dores de cabeça, náuseas, vômitos e distúrbios gastrointestinais. Em casos mais graves, a intoxicação por cobre pode levar a danos no fígado, rins e sistema nervoso central. É importante estar atento a esses sintomas e buscar atendimento médico caso eles persistam ou se agravem.

Causas da Intoxicação por Cobre

Existem várias causas possíveis para a intoxicação por cobre. Uma delas é a exposição prolongada a níveis elevados de cobre no ambiente, seja por meio da água potável contaminada ou do contato com materiais ou produtos que contenham cobre. Além disso, certas condições genéticas podem levar a problemas na absorção e eliminação do cobre, aumentando o risco de intoxicação. É importante estar ciente dessas causas e tomar medidas para minimizar o risco de exposição excessiva ao cobre.

Doença de Wilson e a Intoxicação por Cobre

A Doença de Wilson é uma condição genética que afeta a capacidade do corpo de metabolizar o cobre adequadamente. Trata-se de uma condição autossômica recessiva, o que significa que ambos os pais devem transmitir um gene mutado para que a pessoa desenvolva a doença. O gene mutado resulta na função comprometida de uma proteína chamada ATP7B, responsável por transportar o excesso de cobre para fora das células.

Como a Doença de Wilson afeta o corpo?

Em indivíduos com Doença de Wilson, o cobre se acumula em diversos órgãos, especialmente no fígado, cérebro e olhos. Levando a uma intoxicação por cobre. Com o tempo, se não for tratada, a Doença de Wilson pode levar a complicações graves, como cirrose hepática, insuficiência hepática e problemas neurológicos.

O que causa a Doença de Wilson?

A doença de Wilson é causada pela herança de duas cópias mutadas do gene ATP7B, uma de cada progenitor. Indivíduos que possuem apenas uma cópia mutada são considerados portadores e não desenvolvem a doença. No entanto, portadores podem transmitir o gene mutado para seus filhos. Ou seja, é uma doença de Herança Autossômica Recessiva.

Sintomas da Doença de Wilson

Os sintomas da Doença de Wilson podem variar dependendo dos órgãos afetados pelo acúmulo de cobre. Alguns sintomas comuns incluem:

Cansaço e Perda de Apetite

Muitas pessoas com Doença de Wilson experimentam fadiga e uma diminuição significativa no apetite. Esses sintomas podem ser atribuídos à função prejudicada do fígado no processamento de nutrientes e na produção de bile.

Icterícia e Anéis de Kayser-Fleischer

A icterícia, caracterizada pelo amarelamento da pele e dos olhos, é outro sintoma comum da Doença de Wilson. Além disso, pessoas com a doença podem desenvolver anéis de Kayser-Fleischer, que são anéis de cor dourada ou cobre ao redor da íris dos olhos.

Acúmulo de Líquido nas Pernas ou Estômago

A função hepática comprometida na Doença de Wilson pode levar à retenção de líquidos nas pernas ou na região abdominal, resultando em inchaço e desconforto.

Problemas com Fala, Deglutição e Coordenação

À medida que o cobre se acumula no cérebro, pessoas com Doença de Wilson podem ter dificuldades com fala, deglutição e coordenação. Esses sintomas podem variar em gravidade e piorar progressivamente se não forem tratados.

Problemas de Saúde Mental e Distúrbios do Sono

A Doença de Wilson também pode afetar a saúde mental, causando mudanças de humor, depressão e alterações de personalidade. Além disso, os indivíduos podem enfrentar distúrbios do sono, como dificuldade para dormir e permanecer dormindo.

Movimentos Incontroláveis e Rigidez Muscular

Outra característica da Doença de Wilson é a presença de movimentos incontroláveis, como tremores e rigidez muscular. Essas anormalidades de movimento podem impactar significativamente a qualidade de vida de um indivíduo.

Diagnóstico da Intoxicação por Cobre ou Doença de Wilson

O diagnóstico da intoxicação por cobre pode ser feito por meio de exames de sangue que medem os níveis de cobre no organismo.

Mas para o diagnóstica da doença de Wilson, é necessário também :

Teste Genético

O teste genético pode confirmar a presença de mutações no gene ATP7B, responsável pela doença de Wilson. Este teste é particularmente útil para indivíduos com histórico familiar da condição.

Biópsia Hepática

Uma biópsia hepática envolve a retirada de uma pequena amostra de tecido hepático para examinar a presença de cobre em excesso e avaliar danos no fígado. Esse procedimento pode ajudar a confirmar o diagnóstico da doença de Wilson e determinar a gravidade do envolvimento hepático.

Testes de Função Hepática

Os testes de função hepática medem várias enzimas e proteínas no sangue que indicam a saúde do fígado. Níveis anormais desses marcadores podem sugerir danos ou disfunção hepática, o que pode ser indicativo da doença de Wilson.

Opções de Tratamento para Intoxicação por Cobre

  • Medicamentos para Reduzir os Níveis de Cobre

O tratamento principal para a doença de Wilson envolve medicamentos que ajudam a eliminar o excesso de cobre do corpo.Tais quais, penicilamina ou trientina.

  • Transplante de Fígado

Em casos de danos graves ao fígado ou insuficiência hepática, pode ser necessário um transplante de fígado. Esse procedimento envolve a substituição do fígado doente por um fígado saudável de um doador.

Prevenção da Intoxicação por Cobre

A prevenção da intoxicação por cobre envolve medidas simples, mas importantes. É essencial garantir que a água potável esteja livre de contaminação por cobre, seja por meio de testes regulares da qualidade da água ou pela instalação de filtros adequados. Além disso, é importante evitar o contato prolongado com objetos ou materiais que contenham cobre, especialmente se houver suspeita de intolerância ou sensibilidade ao metal. Por fim, é fundamental buscar orientação médica caso haja histórico familiar de problemas relacionados ao metabolismo do cobre, pois isso pode indicar a necessidade de cuidados especiais para evitar a intoxicação.

Considerações Finais

Embora o cobre seja um elemento essencial para o funcionamento adequado do organismo, a intoxicação por cobre pode ser um problema sério de saúde. É importante estar atento aos sintomas da intoxicação e buscar atendimento médico caso necessário. Além disso, tomar medidas de prevenção, como garantir a qualidade da água potável e evitar o contato excessivo com materiais que contenham cobre, pode ajudar a reduzir o risco de intoxicação. Lembre-se sempre de consultar um profissional de saúde para obter orientações específicas sobre sua situação individual.

 

O CID da intoxicação por cobre é o T56.4. Em que o:
T56.- Significa efeito tóxico de metais
e o .4 : específica que é por cobre.

O  CID da doença de Wilson é o E83. 0. Esse significa que se trata de um Distúrbios do metabolismo do cobre.

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